"O limite dos argumentos"
Nestes últimos dias, as palavras de uns, os lugares-comuns de outros, o radicalismo de muitos, nas suas inabaláveis argumentações e opiniões, parecem não ser mais que um reflexo do radicalismo das suas convicções (para quem a pluralidade não significa mais que variação em número de uma classe gramatical) lembrando-me sempre um verso de um tema do José Mário Branco, “Mulher morta/Não aborta” (tema "Poder" do álbum "Resistir é Vencer").
Parece-me óbvio afirmar que quem votar “sim” no referendo não significa que seja a favor do aborto, mas a favor da possibilidade de livre escolha da mulher durante o período inicial de uma gravidez, despenalizando o aborto até às 10 semanas. O embrião só passa a denominar-se feto após as 12 semanas e só desenvolve um sistema nervoso a partir das 20 semanas de gestação. Após este período, a actual/antiga lei volta a estar em vigor, apenas em casos em que a gravidez coloque em risco a vida da mãe, exista uma má gestação do feto, a mulher tenha sido vítima de violação, etc.).
Remeto-vos para a leitura de um texto de Pedro Lomba no Diário de Notícias (via Origem das Espécies). Pessoal e esclarecedor sobre as perguntas que interiormente se colocam a quem deixe que elas se coloquem.
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