terça-feira, fevereiro 13, 2007



Cafés do Mundo I


A Brasileira
Rua Garrett, LISBOA

A Brasileira é um café situado na Rua Garrett, junto ao Largo do Chiado, em Lisboa. Entrar n’A Brasileira é entrar numa outra época, podemos ainda imaginar Fernando Pessoa a um canto escrevendo e tomando o seu café.

Corria o ano de 1905 quando no lugar de uma camisaria do Chiado surgiu uma loja de venda do “genuíno café do Brasil, o mais aromático e saboroso de todos os cafés”, assim diziam os anúncios da época. Na inauguração esteve inclusive presente um representante do governo brasileiro. O slogan da altura “O Melhor Café é o d’A Brasileira”, ainda hoje aparece gravado nas chávenas. A Brasileira do Chiado, como era então conhecido, começou por ser um estabelecimento de venda de café moído e torrado, com a particularidade de nesses primeiros anos oferecer gratuitamente uma chávena dessa bebida a cada comprador. A partir de 1908, passa a vender café à chávena, tendo sido então realizadas algumas obras de remodelação que deram origem a um novo e elegante salão. Rapidamente o moderno estabelecimento conquistou um lugar nos hábitos dos lisboetas e atraiu uma clientela numerosa e diversas, entre a qual se contavam monárquicos e republicanos, liberais e conservadores, burgueses e aristocratas, ricos e pobres. O Café detém uma identidade muito própria, quer pela especificidade da sua decoração, quer pela simbologia que adquire pelo facto de ter sido local de encontro de políticos, escritores, poetas e artistas que aqui ali faziam as suas palestras e tertúlias onde discutiam os temas da actualidade. N’A Brasileira, o Grupo literário do Orpheu, constituído por Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Santa-Rita Pintor, José Pacheco e Mário de Sá Carneiro, entre outros, encontrou a sua “casa”.

Actualmente, a importância d’A Brasileira na vida intelectual portuguesa do início do século XX é relembrada pela figura do poeta Fernando Pessoa, em bronze, tomando café na esplanada, a estátua é uma obra do escultor Lagoa Henriques, ali colocada em 1988 por ocasião do centenário do nascimento do poeta.

(Texto adaptado de visitportugal e imagens via populo e abiyoyo)
 

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